sábado, 8 de outubro de 2011

Fé não fingida...






I Timóteio 1:5 “Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência, e de uma fé não fingida;”




Uma fé não fingida...


Parei nessa frase, ela me intrigou. É sobre isso o papo santo da vez.


Encontramos aqui o termo grego anipócritou, "sem hipocrisia".


Uma fé sem hipocrisia, fé esta que Paulo encontrava em Timóteo e em sua família e o instruía a ensiná-la para a igreja.


Hipócrita, é aquele que finge ser quem não é e que usa uma máscara para representar o personagem de santo, curado, fiel, liberto, de crente perfeito.


Um grande sinônimo de hipocrisia são os fariseus, as palavras fortes de Jesus "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas" ecoam por todos os evangelhos.


Quem eram os fariseus?


Eles eram líderes de um movimento para trazer o povo de volta a uma submissão estrita à palavra de Deus e eram considerados como os servos mais espirituais e devotos de Deus. Os fariseus seguiam não somente a lei escrita de Deus, mas também as tradições orais que lhes tinham sido passadas, inclusive passaram a priorizá-la. Jesus condenou os fariseus pelo interesse deles em impressionar os outros, eles tinham aperfeiçoado diversas técnicas de chamar atenção, como usar roupas especiais para fazê-los parecer mais religiosos, orar e jejuar de modos muito visíveis.


Os fariseus eram falsos, e superficiais. Eles limpavam minuciosamente o exterior (a parte que as pessoas podiam ver), mas negligenciavam a justiça interior. Endureceram o coração, escondiam os próprios pecados. O que causava a cegueira deles? Eram preconceituosos, seu orgulho impedia-os de se humilharem o suficiente para permitirem que o Senhor abrisse seus olhos, então voltavam-se facilmente como acusadores dos pecados alheios.


Esse era o exemplo que Jesus deu de uma fé fingida. A vida de aparências dos fariseus. Paulo um dos meus apóstolos preferidos, não tinha essa preocupação, ele entendia na prática o que Jesus disse; “Não são de homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores.” (Lc 5,31-32). Mesmo sendo um grande líder e pregador, evidenciava sempre que era um homem comum, que também tinha suas fraquezas e lutas pessoais contra o pecado. Sim, mesmo depois de convertido, não era perfeito, ninguém é.


Romanos 7.18 Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois faço não o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Assim, encontro essa lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim.
Romanos 7:24. “Miserável homem que eu SOU! Que me livrará do corpo desta morte?”


Filipenses 3:11-12 Para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição dentre os mortos. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus.
1Coríntios 9.27 Esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.
1Tm 1.15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu SOU o principal;
Tenho que discordar de Paulo, quando escreveu este último eu ainda não tinha nascido, senão provavelmente escreveria meu nome. Todos deveriam pensar a mesma coisa, mas hoje, como nos dias de Jesus, temos também a tendência de mantermos as aparências, e corremos o risco de vivermos uma fé fingida.


A igreja deveria ser um lugar sem julgamentos, deveria ser um lugar onde todos os pecadores são bem vindos, e onde todos encontrassem apoio, perdão e amor para que o caráter de todos pudesse ser moldado. Vivendo o princípio de Filipenses 2:3. “Nada façais por contenda ou por vangloria, mas por humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo.”. Se assim fosse, os pecados poderiam ser livremente confessados e haveria cura contínua. Ainda sonho com esta igreja, não podemos desistir dela...


Mas em meio a uma igreja de supercrentes, nem eu nem ninguém pode revelar fraquezas e pecados, o que pensariam de mim? O que diriam de mim? Por isso o uso de máscaras é tão freqüente.






Um princípio básico para a Graça continuar operando em nós, é não tentarmos esconder de nós, ou de Deus (como seria possível?) quem somos e onde ainda precisamos de tratamento. Para prosseguir, é necessário continuar o processo com Deus, prosseguindo para o alvo. Uma fé não fingida consiste em saber que Deus não tem filhos preferidos, que não somos uma surpresa ruim para Deus, confiando na obra da cruz para terminar o processo, eu paro de me esconder de Deus e deixo-o continuar operando em mim...






I João 1: 8 a 10 e 2:1 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.






Vivamos então uma fé pura, verdadeira diante de Jesus.


Nele, com quem não precisamos de máscaras, no qual até o pior dos pecadores encontra abrigo, esperança e transformação.

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