sábado, 16 de abril de 2011

A Graça...

Kelly Queiroz



Os meus olhos se abriram, como quem estava cercado por um mundo inteiro de ilusões, que naquele momento, se desfazia. A verdade num instante me apareceu e eu vi a  Deus. Vi o quão grande Ele é, santo... e a glória que vinha Dele, iluminou tudo que estava escuro e eu não pude me esconder, e eu vi, e eu pude enxergar o pecado em mim, á minha volta. Toda a sujeira,  cada pequena mancha. Vergonha, desespero, medo, e eu pensei que não iria sobreviver. Pensei que naquele instante, tudo estava acabado.
Mas, Ele me amou, só me amou.
Como? Como Ele me amou? E Ele me escolheu, me acolheu, me ofereceu perdão, mais que somente perdão, me ofereceu também restauração, restituição, honra, adoção.
E eu pensei, mas, eu não consigo, eu não posso, eu não mereço.
E Ele me disse; Eu quero!
E Ele fez tudo.
Anos já se passaram desde este dia tão absurdo, em que Deus me amou.
Quando me lembro disso eu caio de joelhos e fico constrangida novamente, maravilhada.
A gratidão e a alegria desta obra, me fizeram serví-lo e desde então eu desejo conhcê-lo, estar com Ele, pertencer a Ele. Por um só motivo; porque esta obra, tudo isso que Ele fez e ainda faz na minha vida, é a graça, eu não posso e não quero resistir a ela. A graça me leva a amá-lo todos os dias.
É tão simples, tão lindo. Como não querer dividir esta graça? Mostrá-la a outros? Dizer; Vem, Deus quer você também!
Esta obra não pára, Deus não desiste de nós. Imperfeitos nós somos, mas, Ele não nos lança fora...
Depois de tanto tempo, eu adquiri rótulos, adjetivos. Eu sou crente, sou santa, salva, sou de Deus, ungida, cristã, evangélica...e eles dão a ilusão que a obra está pronta, eu nunca acreditei nisso, mas, talvez as pessoas pensem assim, de mim, de outros, de si mesmos ou uns dos outros. Talvez alguns se escondam atrás desta imagem de perfeição.
Ah, eu fiz um desafio amargo a mim mesma, de que faria um raio x de quem eu sou, eu queria saber.
Depois desse tempo todo, quem eu sou hoje? Não pensando no que eu já mudei, mas, no que ainda há por fazer. Começei a escrever, a confessar, os pecados que ainda cometo, o que eu deveria fazer para Deus e não faço, quais são os hábitos que entristeçem ao Senhor, o que eu sinto, penso, digo. Tudo, cada pequena coisa. O que é quase irrelevante e o que é mesmo inconfessável.
Me peguei tentando amenizar as coisas, maquiá-las um pouco, omití-las. Resisti a tentação, confessei, confrontei o orgulho, pedi a Deus que tirasse a venda do engano.
Foi como mastigar areia (imagino), desagradável, desconfortável. Escrevi, mais páginas do que imaginei a princípio, mais páginas do que gostaria de ter escrito, e ainda nem acabei, não ousei colocar um ponto final na lista, porque cada vez que a leio, me lembro de mais alguma coisa e acrescento mais um tanto.
Estes são os meus pecados, os meus erros, os meus defeitos.
Quando leio fico triste, o orgulho, aquele ar superior de religiosidade desaparece. Essa sou eu.
Volto exatamente naquele momento em que vi a Deus pela primeira vez, abaixo a cabeça, e agora eu sei que preciso tanto dele agora quanto precisava antes. E me sinto culpada, mas, eu ainda sou isso?
Choro, muito. E por incrível que pareça sinto Deus alegre. Ele se alegra e me ama. Mas como Deus? Eu deveria ser tão melhor, eu já te conheço agora. Pai, me perdoa, tem compaixão de mim.
E Ele se alegra e me ama, porque estou adorando em espírito e em verdade, humilde, sei exatamente quem eu sou, reconheço quem ELE é, preciso desesperadamente dEle.
Estou vulnerável, quebrantada. Só assim posso experimentar a graça. Voltei ao primeiro amor, porque não me sinto maior que os outros, mas, menor.
Porque voltei a sentir tristeza pelo pecado, arrependimento. E o amor de Deus enche novamente a minha vida.
Simplicidade, verdade. Quem muito é perdoado, muito ama.
Eu não olho paro o "pecador" de cima, não existe um pedestal. Eu o olho nos olhos, de igual para igual, não com repulsa, mas, com compaixão.
Com paixão. Sabendo que o mesmo Deus que me sustenta ainda hoje, está disponível a ele. Eu não posso julgá-lo, como poderia?
Ele só está cego, eu também já estive, ás vezes ainda fico. Não posso esquecer, tenho que levar a Luz até ele. Ele tem que saber que pode contar comigo, que eu fui levantado para levantá-lo não para ostentar estar de pé. Assim podemos ser a Igreja. Não há limites, não há acepção para o perdão e para o amor de Deus.
Nada pode me separar do seu amor, nada pode separar ninguém do seu amor, nada.
Todos pecaram, todos pecam... E as misericórdias do Senhor se renovam, a cada manhã.
Ele me diz; Filha, onde foi que nós paramos?
E eu volto a ser moldada por Ele, aperfeiçoada, construída. E eu quero ser como Ele, por amor.
Voltamos a lutar, carne x espírito, numa guerra constante, mas, Ele está comigo, tudo posso.
Eu peço a Ele todos os dias, assim que acordo; Pai, não me deixe cair! Ele segura a minha mão e me conduz!
Ah, não há outro igual. Eu não posso resistir.
A minha alma grita.............
Eu te amo Deus! Obrigada pela sua graça!

2 comentários:

  1. A verdadeira essência é estar na presença de Deus e permanecer quebrantado e humilde, mantendo a comunhão com Ele, isso tem que ser a base de nossas vidas, reconhecer sempre que somos pecadores e que apesar de buscarmos sempre a santidade, não seremos santos igual a Jesus, mas se continuarmos em busca dela e da intimidade com o Espírito Santo estaremos alegrando o coração do Pai e teremos a chance de um dia encontrar com nosso querido e amado Deus e permanecer na Graça Eternamente!!!

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  2. legal estou seguindo ..segue o meu tbm http://www.hiphopface.org/
    obrigada

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